Carta pelo Novo Trabalhismo
Trabalhadores do Brasil,
Desde o início dos anos 90, povos de todo o mundo foram seduzidos e enganados pelo canto de sereia do neoliberalismo e da globalização. Ideias como "trabalho", "nação", "identidade cultural", "Estado soberano" e "Pátria" foram esquecidas, descartadas como coisas do passado.
No lugar delas, prometeram para nós o sonho do "empreendedorismo", dos "mercados abertos", do "multiculturalismo", das "vantagens competitivas", da "grande aldeia global".
Por trinta anos, essa mentira foi vendida como verdade aos brasileiros. Mas hoje podemos dizer sem medo: o tempo das ilusões acabou.
Guerra da Ucrânia. Massacre israelense em Gaza. Ascensão da China. Tarifaços dos Estados Unidos. Guerra comercial em escala planetária. O mundo real de 2025 não nos permite mais ser ingênuos.
Para enfrentar os desafios do nosso tempo, para lutar pelos nossos interesses, precisamos urgentemente construir no Brasil um novo polo político, uma grande frente popular e patriótica. E é com esse objetivo que surge, hoje, o Fórum pelo Novo Trabalhismo.
Nosso propósito é reunir, em uma grande coalizão, todos os movimentos e lideranças do campo nacionalista brasileiro.
Nossa pauta é uma só: a defesa da soberania nacional. Não uma soberania qualquer, mas uma soberania popular, a serviço do povo trabalhador do Brasil!
Soberania geopolítica, por uma política externa independente, que não nos torne reféns nem da China nem dos Estados Unidos nem de ninguém.
Soberania tecnológica, através de um grande projeto nacional de reindustrialização.
Soberania digital, contra o domínio global das Big Techs.
Soberania econômica, através da união entre a classe trabalhadora e o capital produtivo, contra a hegemonia do capital financeiro.
Soberania social, com verdadeira distribuição de riqueza, redução das desigualdades e ampliação dos direitos trabalhistas.
Soberania ecológica, conciliando o desenvolvimento nacional com o devido cuidado do meio ambiente.
Soberania cultural, que se traduz em defesa da identidade brasileira, dos valores, crenças e costumes da nossa pátria.
Soberania política, com a construção de uma verdadeira democracia – sem golpes de Estado, mas também sem lideranças de costas para o povo.
Soberania territorial, incluindo a segurança pública, contra todas as formas de crime organizado e de Estado paralelo, sejam facções ou milícias.
Soberania moral, pelo respeito à dignidade da pessoa humana e a garantia dos direitos fundamentais de cada um.
Em nosso tempo, a defesa da Pátria não é uma opção, nem mesmo uma ideologia. É uma necessidade.
Isso quer dizer exclusivismo ou isolamento? De modo algum. Queremos apenas o mínimo: um país grande, independente, que fala com os outros de igual para igual. Essa meta não será conquistada com confrontações vazias e frases feitas, mas com esforço coletivo firme, sério, realista e pragmático.
Também não defendemos um nacionalismo étnico ou racial. Ao contrário. Temos orgulho da miscigenação brasileira e do seu papel formador em nossa civilização. Recusamos todo racismo e todo separatismo! O Brasil é plural e indivisível. Não um ou outro, mas ambos.
A nossa luta é por um nacionalismo cívico, popular. Por isso mesmo, bebemos nas fontes vivas do Trabalhismo brasileiro, tradição política que melhor soube conduzir nosso país em sua longa história. Ao mesmo tempo, somos contra qualquer fórmula pronta ou repetição simplista do passado.
O que defendemos é um trabalhismo renovado, fiel às suas origens, mas adaptado às necessidades do presente.
Nosso caminho, certamente, será difícil. Não nos faltam obstáculos nem inimigos. Mas temos esperança, pois sabemos o que nos move: um profundo amor ao Brasil e ao povo brasileiro.